Esqueci de avisar que sou preguiçoso. Criei o blog e tenho tido retorno de pessoas com opiniões relevantes... apesar disso insisti (mais por preguiça - repito - q por convicção) em ficar silente. Gelo quebrado...
Meu irmão nasceu. Ele não sabe, mas impôs em mim uma responsabilidade "miserável"... logo eu, tão seguro (ou sortudo) com minhas relações sexuais, agora me vejo como pai! E babo com a possibilidade de reencontrar, nessa semana, aquela "tábula rasa". Babo com a beleza inocente da qual, se não tívessemos tomado a "pílula azul", nós adultos nunca sairíamos.
E vem o tempo, "compositor do destino", e nos impôe a obrigação de crescer... mas a natureza, convenhamos, é bastante justa... nós crescemos pra que outros nasçam. E estes crescem... e nós? será que um dia isso pára? quando é que chega (se é q chega!) a tal "idade da razão"?
Esses dias tava pensando em como o mundo é grande quando agente é pequeno. E nem tem nada metafórico nisso... tô falando de dimensões mesmo. As meninas do 3º ano, as ruas nas quais se brinca, o quarto em que se dorme... enfim! Tudo é muito grande. Mas as ilusões do mundo infantil parecem tornar a criança um ser mais corajoso... ela enfrenta, a seu modo, seus medos. Lembra de como a escuridão era nossa inimiga? E o que fazíamos? Eu, por exemplo, tentava pensar em coisas boas ao tempo em que, mijando nas calças, buscava o interruptor. Inexoravelmente eu o encontraria. Ou, na pior das hipóteses, aguardaria a luz do sol... (este nunca me deixou na mão.)
E quando tudo fica pequeno, agente se agiganta. Agora, igualmente sem nenhum cunho metafórico, tudo fica pequeno - ou parece. E o que fazemos? Quando estamos do lado que queríamos estar quando crianças... Quando já conseguimos alcançar as "frutas do pé" sem muito esforço... aí nosso mundinho adulto nos diz que "há sim uma idade da razão".
Ora, conversa pra adulto dormir! A idade da razão nada mais é que aquela em que os sonhos e os medos já não existem mais... em que o ser não permite que o tempo, "tambor de todos os ritmos", realize sua principal função: a de renovar.
"Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo... tempo, tempo, tempo".
E é justamente por parecer contínuo que cremos, fervorosamente, que essa reta tem final... Apesar disso, ela não precisa ter... meu irmão que o diga.